MONOGRAFIA PASTOR DOUGLAS PARTE DO PRIMEIRO CAPÍTULO


Igreja e Vocação pastoral:

1.1 As Várias definições para Igreja:

Quando se fala de Igreja algumas definições surgem para poder explicá-la, o exemplo disso são os dicionários, que definindo Igreja nos apresenta como tal, o edifício ou templo onde se reúnem os fiéis para as suas reuniões, e também a comunidade dos cristãos, ou até mesmo o conjunto dos fiéis ligados pela mesma fé e sujeitos aos mesmos chefes espirituais. A definição Bíblica para Igreja vem de alguns termos usados no Velho Testamento e no Novo Testamento, no Velho Testamento os dois termos encontrados são: Kahal derivada da raiz Qal, que tem como significado: Chamar. Levando-nos ao entendimento de um chamado para uma reunião do povo, e também o termo Edhah, que tem como significado, Indicar ou reunir-se num lugar indicado. No Novo Testamento dois termos derivados da Septuaginta são usados para definir Igreja, um vem do Grego ekklesia palavra que leva-nos a definições como grupo de cristãos, ou a igreja universal a que todos os crentes pertencem, ou até mesmo a congregação de Israel, além de chamar, chamar para fora. Calvino (1989) discorrendo sobre o assunto diz que:

Com o termo Igreja a Escritura designa toda a multidão de homens difundida no orbe, que professa adorar um só Deus e Cristo, que pelo batismo se inicia na fé, pela participação da Ceia, atesta a unidade na doutrina e no amor, tem consenso na Palavra do Senhor e sua pregação conserva o ministério instituído por Cristo.[1]

O outro termo apresentado, é Synagoge que tem como significado principal Reunir-se ou Reunir, este último termo apresentado é empregado exclusivamente para reuniões religiosas dos judeus, ou também para os edifícios que estes se reuniam para seus cultos. Já no período dos Pais da Igreja ou período patrístico, a Igreja é apresentada como a comunhão dos fiéis ou dos santos. No terceiro século com o surgimento de algumas heresias, esta é então apresentada como uma instituição externa, governada por um bispo representante e sucessor dos apóstolos.
 Durante o período da reforma protestante os reformadores rompem com o sistema católico romano de Igreja, e uma idéia geral que surge sobre o assunto é a seguinte: reformadores como João Calvino e outros, estavam de acordo quanto à confissão de Martinho Lutero, que era a mesma da época dos pais da Igreja, no qual afirmava que a Igreja, é sim a comunhão dos fiéis ou dos santos. Já durante e após o século dezoito pensamentos racionalistas até negavam a intenção de Jesus Cristo em fundar uma Igreja, e afirmavam que a Igreja restringia-se apenas a uma organização externa, com a função única de cultuar.
Berkhof (1990) [2] discorrendo sobre o assunto apresenta a Igreja com uma distinção, a saber: Instituição e organismo. Ele define Instituição da seguinte forma: “A igreja como instituição é a mater fidelium, a mãe dos fiéis, um meio de salvação, uma agência para a conversão dos pecadores e para aperfeiçoamento dos santos”.
Que partindo desta definição acima, com algumas observâncias no fato de que esta “mater fidelium”, apenas cuida dos fiéis, mas não pode salva-los, pois a salvação vem de Cristo Jesus o nosso único meio. Portanto a citação é necessária por que sempre a Igreja deve buscar o aperfeiçoamento dos santos, e a salvação dos pecadores, através da pregação da palavra.  Igreja como Organismo é apresentada da seguinte forma: A Igreja como organismo é o coetus fidelium, a união ou comunhão dos fiéis, unidos pelo vínculo do Espírito”. (BERKHOF, 1990) [3].
Quando falamos da Igreja como um organismo espiritual logo se entenderá que ela é uma estrutura organizada, que tem uma cabeça o Senhor Jesus (Efésios 1.22, Efésios 4.15), e um corpo constituído que são os crentes de todos os cantos da terra. Igreja esta que tem a responsabilidade de agir como corpo, com reciprocidade, ou comunhão, em um mesmo espírito, uma fé inabalável quanto às doutrinas bíblicas, e reconhecimento de Cristo como seu supremo Senhor e cabeça deste corpo (Colocessences 1.18). Mas, quando falamos em comunhão o que entendemos deste termo? No NT o termo básico usado para a tradução de comunhão origina-se da raiz grega Koin (DOUGLAS, 2006) [4], (GINGRICH, 2004) [5], a compreensão desta raiz na maioria das vezes é a de partilhar alguma coisa com alguém, e partilhar é contribuir, participar, estar em comum acordo, e só conseguimos tudo isto quando reina em nossos corações o amor, não qualquer um, mas o ágape que significa amor sacrificial, aquele que Jesus nos amou, sem variações ou sombra de dúvidas, Fábio (1997) nos falando sobre este tipo de amor nos diz que:

Ágape não era a forma mais extraordinária de sentir-se, de se amar. No mundo grego era uma das formas de se falar em amor. Mas agora os cristãos que foram possuídos por algo tão sublime, tão divino, resolveram transformar aquela palavra que soava como outras, numa palavra com um peso diferente... desconhecido para todo o mundo grego e todo o resto.[6]

            Este peso diferente que traz esta palavra, é ressaltado em um texto bíblico bastante conhecido de todos os cristãos reunidos na face da terra, que relata a condição do amor entre estes, e é escrito pelo apóstolo Paulo, a Igreja de Corinto, no capitulo treze de sua primeira carta. No texto citado o apóstolo relata que este amor sacrificial supera as línguas, a profecia, os mistérios, todo o conhecimento, as boas obras, a própria morte, supera até mesmo, a fé, e a esperança; é o amor incondicional, amor excelente, amor que não escolhe posição social, cor, linhas de pensamento, não é um amor para os melhores, mais para todos; ainda discorrendo sobre o assunto o apóstolo nos mostra que o amor é paciente, é benigno, não arde em ciúmes, não causa vaidade, não é soberbo, preocupa-se com o próximo, com o seu bem comum, esquecendo-se do eu simplesmente para cumprir o ágape de Deus. Enfim um amor que procura a Justiça, amor este nos ensinado em toda a Bíblia, e principalmente na pessoa de Jesus. Todo o conhecimento passará por que não é perfeito, mas o amor não, ele fica até mesmo quando o que é perfeito se revelar este amor ainda permanecerá (HENRY, 2008) [7] em seu comentário bíblico diz: “Este amor é uma clara prova da regeneração e é a pedra de toque da fé professada em Cristo”. Em outras palavras quem é regenerado em Jesus Cristo ama com o amor ágape.








[1] As institutas ou tratado da religião cristã, Volume IV, p.10. Casa Editora Presbiteriana. 
[2] Teologia Sistemática, p. 571. Luz para o caminho.
[3] Idem
[4] O novo dicionário da Bíblia, p.249. Vida nova.
[5] Léxico do Novo Testamento, Grego/Português, p. 118. Vida nova.
[6] O amor o melhor caminho, p. 03. Vinde.
[7] Comentário bíblico do Novo Testamento (Versão digitalizada), p.200. Cpad 

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