Sofrimento em Paulo
(2Coríntios 11 e 12)
Josivaldo de França Pereira
O apóstolo Paulo é um exemplo de como o sofrimento pode ser uma bênção. Paulo escreveu sua Segunda Epístola aos Coríntios como um homem rejeitado pelas pessoas que ele mais amava. Nela ele derrama seu coração em meio a sérios ataques contra seu caráter e ministério. Seu apostolado foi posto em dúvida por seus inimigos. Sua integridade e lealdade, suas habilidades em liderar e seu amor pelos coríntios foram da mesma maneira questionados. Essa foi, provavelmente, a maior tempestade de oposição que o apóstolo enfrentou em sua vida. No capítulo 11 da mesma epístola, Paulo faz uma lista das muitas dificuldades e situações ameaçadoras pelas quais ele passara por amor ao evangelho. Incluídas em sua lista estão grandes aflições físicas, aprisionamentos, espancamentos, apedrejamentos, naufrágios, rios perigosos, assaltantes, perseguição de judeus e gentios, noites mal dormidas, frio e calor, fome e sede, além da preocupação diária com todas as igrejas.
Paulo era um homem extremamente humilde. Portanto, é com relutância que ele relata as visões e revelações do Senhor no capítulo 12 como uma das reivindicações do seu apostolado. Apesar de humilde, mesmo para um homem como Paulo não seria difícil se ensoberbecer diante de tão gloriosa revelação. Para que se evitasse tamanho pecado, diz ele: ''foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte'' (2Co 12.7).
Existem várias teorias a respeito da natureza do ''espinho na carne'' de Paulo. Nenhuma delas é conclusiva. Seja como for, está claro que o espinho tinha origem satânica (Deus usou Satanás como seu instrumento), era algo extremamente doloroso (a palavra grega para espinho em 2Co 12.7 é scólops, indicando alguma coisa pontiaguda como uma estaca). O diabo cravou-lhe essa ''estaca'', se no corpo ou na alma não sabemos. O que quer que fosse era algo terrivelmente doloroso que incomodava demais o apóstolo. Além disso, o espinho na carne era algo tremendamente humilhante. Paulo era constantemente humilhado (esbofeteado) pelo ''mensageiro de Satanás'' para que não se ensoberbecesse com a grandeza das revelações que recebeu do Senhor Jesus.
A grandeza das revelações que Paulo teve não teria sentido para a vida dele se a soberba tomasse conta de seu coração. Por isso, ao invés de gloriar-se com a grandeza daquelas revelações, Paulo passa a gloriar-se na experiência oposta, que revelava suas fraquezas e total dependência da graça suficiente de Jesus Cristo (2Co 12.9,10). Assim como Paulo, Deus muitas vezes nos humilhará através do sofrimento para não cometermos o pecado da soberba, ou qualquer outro tipo de pecado que possa nos levar ao prejuízo espiritual.
Bibliografia:
Calvino, João. 2Coríntios. São Paulo: Paracletos, 1995.
Champlin, R. N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Vol. 4. São Paulo: Hagnos, 2002.
Kistemaker, Simon. Comentário do Novo Testamento: 2Coríntios. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004.
Kruse, Colin. II Coríntios: introdução e comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo: Mundo Cristão/Vida Nova, 1994.
Lopes, Augustus Nicodemus. O que você precisa saber sobre batalha espiritual. São Paulo: Editora Cultura Cristã, S/d.
Postado por prjosivaldo às 09:20
Nenhum comentário:
Postar um comentário