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quinta-feira, 7 de maio de 2015



Última parte do estudo Soberania de Deus


VII – Deus nos proporciona a Salvação decidindo o destino de cada criatura - Ao longo deste estudo vimos que Deus tem poder, domínio, e autoridade, mas também que Ele decide e escolhe até as pessoas para ministérios específicos. Mas será que este mesmo Deus tem poder para proporcionar a salvação ou até mesmo escolher o destino  dos seres por Ele criados? Certamente este tema é bastante polêmico também em nossos dias, e não é nossa intenção aqui abalar ou desafiar a fé de ninguém, mas expor o pensamento deste autor, e levar o leitor a analisar de forma correta esta doutrina, “desarmando-se” de qualquer subterfugio simplesmente humano e render-se as sagradas escrituras, crendo que a  resposta correta para esta pergunta é SIM, Deus tem poder para Salvar decidindo assim o destino de cada criatura sua. Pois sendo Ele, onisciente jamais correria o risco de errar em suas decisões. Porém a uma discussão histórica que certamente não irá parar aqui, e esta é entre arminianos e calvinistas. Vejamos o que dizem os dois grupos de acordo com os pontos apresentados pelos discípulos de Jacob Arminius no documento conhecido como ‘Remonstrance' ou o mesmo que ‘Protesto' e o  Sínodo de Dort:

Arminianismo
Calvinismo

1.   Vontade Livre – 
O arminianismo diz que a vontade do homem é “livre” para escolher, ou a Palavra de Deus, ou a palavra de Satanás. A salvação, portanto, depende da obra de sua fé.

1.   Depravação Total – 
O calvinismo diz que o homem não regenerado é absolutamente escravo de Satanás, e, por isso, é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente (para salvar-se), dependendo, portanto, da obra de Deus, que deve vivificar o homem, antes que este possa crer em Cristo.


2.   Eleição Condicional – 
O arminianismo diz que a “eleição é condicional, ou seja, acredita-se que Deus elegeu àqueles a quem “pré-conheceu”, sabendo que aceitariam a salvação, de modo que o pré-conhecimento [de Deus] estava baseado na condição estabelecida pelo homem”.

2.   Eleição Incondicional – 
O calvinismo sustenta que o pré-conhecimento de Deus está baseado no propósito ou no plano de Deus, de modo que a eleição não está baseada em alguma condição imaginária inventada pelo homem, mas resulta da livre vontade do Criador à parte de qualquer obra de fé do homem espiritualmente morto.

            

3.   Expiação Universal – 
O arminianismo diz que Cristo morreu para salvar não um em particular, porém somente àqueles que exercem sua vontade livre e aceitam o oferecimento de vida eterna. Daí, a morte de Cristo foi um fracasso parcial, uma vez que os que têm volição negativa, isto é, os que não querem aceitar, irão para o inferno.


3.   Expiação Limitada – 
O calvinismo diz que Cristo morreu para salvar pessoas determinadas, que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a eternidade. Sua morte, portanto, foi cem por cento bem sucedida, porque todos aqueles pelos quais ele não morreu receberão a “justiça” de Deus, quando forem lançados no inferno.

4.   A Graça pode ser Impedida – 
O arminianismo afirma que, ainda que o Espírito Santo procure levar todos os homens a Cristo (uma vez que Deus ama a toda a humanidade e deseja salvar a todos os homens), ainda assim, como a vontade de Deus está amarrada à vontade do homem, o Espírito [de Deus] pode ser resistido pelo homem, se o homem assim o quiser. Desde que só o homem pode determinar se quer ou não ser salvo, é evidente que Deus, pelo menos, “permite” ao homem obstruir sua santa vontade. Assim, Deus se mostra impotente em face da vontade do homem, de modo que a criatura pode ser como Deus, exatamente como Satanás prometeu a Eva, no jardim [do Éden].

4.   Graça Irresistível – 
O calvinismo entende que a graça de Deus não pode ser obstruída, visto que sua graça é irresistível. Os calvinistas não querem significar com isso que Deus esmaga a vontade obstinada do homem como um gigantesco rolo compressor! A graça irresistível não está baseada na onipotência de Deus, ainda que poderia ser assim, se Deus o quisesse, mas está baseada mais no dom da vida, conhecido comoregeneração. Desde que todos os espíritos mortos (= alienados de Deus) são levados a Satanás, o deus dos mortos, e todos os espíritos vivos (= regenerados) são guiados irresistivelmente para Deus (o Deus dos vivos), nosso Senhor, simplesmente, dá a seus escolhidos o Espírito de Vida. No momento que Deus age nos eleitos, a polaridade espiritual deles é mudada: Antes estavam mortos em delitos e pecados, e orientados para Satanás; agora são vivificados em Cristo, e orientados para Deus.




5. O Homem pode Cair da Graça – O arminianismo conclui, muito logicamente, que o homem, sendo salvo por um ato de sua própria vontade livremente exercida, aceitando a Cristo por sua própria decisão, pode também perder-se depois de ter sido salvo, se resolver mudar de atitude para com Cristo, rejeitando-o! (Alguns arminianos acrescentariam que o homem pode perder, subseqüentemente, sua salvação, cometendo algum pecado, uma vez que a teologia arminiana é uma “teologia de obras” – pelo menos no sentido e na extensão em que o homem precisa exercer sua própria vontade para ser salvo). Esta possibilidade de perder-se, depois de ter sido salvo, é chamada de “queda (ou perda) da graça”, pelos seguidores de Arminius. Ainda, se depois de ter sido salva, a pessoa pode perder-se, ela pode tornar-se livremente a Cristo outra vez e, arrependendo-se de seus pecados, “pode ser salva de novo”. Tudo depende de sua continua volição positiva até à morte!




5.   Perseverança dos Santos– 
O calvinismo sustenta muito simplesmente que a salvação, desde que é obra realizada inteiramente pelo Senhor – e que o homem nada tem a fazer antes, absolutamente, “para ser salvo” -, é óbvio que o “permanecer salvo” é, também, obra de Deus, à parte de qualquer bem ou mal que o eleito possa praticar. Os eleitos ‘perseverarão' pela simples razão de que Deus prometeu completar, em nós, a obra que ele começou. Por isso, os cinco pontos de TULIP incluem a Perseverança dos Santos.


           Após análise nestes pontos apresentados, vejamos o que nos diz a Bíblia para a afirmação da questão sotereológica, ou seja, a doutrina da salvação:

Isaías 45.9 -  Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro a  ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça.

Mateus 22.14 - Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.

Mateus 24.24 -  porque surgirão falsos Cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.


Marcos 13.27 - E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu.

Atos 13.48- Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.


Romanos 8.28-38 - Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.

Efésios 1.4,5 - assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.

II Timóteo 1.9 - que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos.

II Tessalonicenses 2.13,14 -  Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade, 14 para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.

Romanos 11.5-9 -5 Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça. 6 E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça. 7 Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos, 8 como está escrito: Deus lhes deu espírito de entorpecimento, olhos para não ver e ouvidos para não ouvir; até ao dia de hoje. 9 E diz Davi: Torne-se-lhes a mesa em laço e armadilha, em tropeço e punição; 10 escureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e fiquem para sempre encurvadas as suas costas.

Romanos 9. 6-29 -  6 E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;  7 nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência . 8 Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa.  9 Porque a palavra da promessa é esta: Por esse tempo, virei, e Sara terá um filho.10 E não ela somente, mas também Rebeca, ao conceber de um só, Isaque, nosso pai.  11 E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), 12 já fora dito a ela o mais velho será servo do mais moço. 13 Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú. A rejeição de Israel não é incompatível com a justiça de Deus 14 Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum!  15 Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. 16 Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.  17 Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. 18 Logo tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz.  19 Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?  20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?  21 Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?  22 Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, 23 a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, 24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?  25 Assim como também diz em Oséias: Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada; 26 e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo. 27 Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. 28 Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve; 29 como Isaías já disse: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, ter-nos-íamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.

           Bom após a apresentação de todos estes textos bíblicos creio não haver mais dúvida que QUEM É SOBERANO TAMBÉM PODE ESCOLHER. E escolhendo também para a salvação não quer dizer que seja injusto, muito pelo contrário Ele é Deus Justo e Soberano.


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