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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Pesquisador diz que encontrou novas evidências do Dilúvio bíblico

Robert Ballard e sua equipe estão investigando o fundo do Mar Negro
por Jarbas Aragão


  • Pesquisador diz que encontrou novas evidências do Dilúvio bíblico Pesquisador diz que encontrou novas evidências do Dilúvio bíblico
    Robert Ballard é um dos exploradores subaquáticos mais famosos do mundo. Foi ele o arqueólogo que descobriu onde estavam os destroços do naufrágio do Titanic, em 1985. Também encontrou no fundo mar do navio de guerra Bismarck, e uma frota dos EUA naufragada perto de Guadalcanal, no Pacífico.
    Agora, ele está usando sua equipe e a mais avançada tecnologia robótica para provar a existência de uma das histórias mais conhecidas da Bíblia: o Dilúvio.
    Em uma entrevista para a rede ABC ele apresentou os resultados de sua pesquisa na Turquia que mostraria evidências de uma civilização varrida da face da Terra por uma enchente monstruosa.
    “Nós fomos lá para procurar o Dilúvio”, disse Ballard. “Não apenas um movimento lento, e gradativo de avanço do nível do mar, mas um dilúvio realmente grande… A terra que foi soterrada permaneceu embaixo do mar”.
    Muitos afirmaram ter descoberto evidências da Arca de Noé, o enorme navio que Noé encheu,  segundo o relato bíblico, com diversos casais de animais, visando repovoar o planeta.
    Na década de 1990, os geólogos William Ryan e Walter Pitman reuniram evidências científicas de que uma inundação enorme ocorreu na região do Oriente Médio, cerca de 7.500 anos atrás. Sua teoria, segundo os relatórios, é que uma elevação sem precedentes do que hoje é o mar Mediterrâneo, empurrou uma porção de terra através do Bósforo, submergindo a costa original do Mar Negro. Esse dilúvio antigo teria coberto uma área de mais 35.000 quilômetros quadrados.
    Ballard afirma ter investigado esta teoria por mais de uma década. Segundo os relatórios da National Geographic, a primeira descoberta de evidências da costa submersa surgiram em 1999. Embora Ballard ainda não estivesse convencido de que se tratava do dilúvio bíblico, no ano passado mudou de opinião. Sua equipe encontrou no fundo do Mar Negro pilhas de cerâmica antiga, uma embarcação e um dos membros da tripulação. Também há vestígios do que ele acredita ser um antigo porto, mãos de 150 metros abaixo da superfície.
    “Isso é um naufrágio perfeitamente preservado. Dá pra ver toda a madeira antiga, parece um depósito de madeira”, disse ele. “Mas se você olhar de perto, poderá ver um fêmur e um molar.” E acrescenta:  ”O mais antigo naufrágio descoberto até agora naquela área data de cerca de 500 a.C.”.
    Agora, usando tecnologia avançada ele tenta descobrir o que ocorreu no planeta cerca de 12.000 anos atrás, uma época em grande parte da Terra estava coberta de gelo. Quando esse gelo começou a derreter, grandes inundações poderiam ter atingido várias partes do globo, submergindo tudo que estivesse em seu caminho.
    Usando o método de datação de carbono em objetos recolhidos na expedição, Ballard disse acreditar que esse evento catastrófico aconteceu em torno do ano 5.000 aC. Alguns especialistas acreditam que este foi aproximadamente nesse período que ocorreu o dilúvio de Noé.
    O pesquisador disse estar ciente de que nem todos concordam com suas conclusões sobre o período e o tamanho do dilúvio, mas está confiante que em breve encontrará algo do período bíblico. “Começamos a encontrar estruturas que pareciam feitas pelo homem”, disse Ballard. “É nisso que estamos focando nossa atenção agora.”
    Os restou do naufrágio estão bem preservados porque o Mar Negro quase não tem oxigênio, o que retarda o processo de decomposição. Para Ballard “o fundo do mar é o maior museu da Terra”.
    Ele não tem expectativas de encontrar a Arca de Noé, mas acredita que pode encontrar evidências de um povo que vivia ali quando o mundo foi inundado, cerca de 7.000 anos atrás.
    Com muita confiança de que poderá encontrar as provas que procura, Ballard planeja voltar para a Turquia no próximo ano. Suas descobertas serão apresentadas em um programa especial que vai ao ar em dezembro nos Estados Unidos. Com informações de Huffington Post e ABC News.

    terça-feira, 18 de setembro de 2012

    Yousef Nadarkhani: pastor condenado à morte no Irã é libertado após passar 3 anos preso


    Yousef Nadarkhani: pastor condenado à morte no Irã é libertado após passar 3 anos preso O pastor iraniano Yousef Nadarkhani, que estava preso há quase três anos sob acusação de apostasia e sofria a ameaça de ser executado, foi libertado nesse sábado e teve as acusações de apostasia, que poderiam levá-lo à execução, retiradas pelas autoridades do Irã.
    A libertação do pastor foi confirmada por vários canais de notícias, e o Ministério Portas abertas confirmou que fontes próximas ao caso relatam que o tribunal o inocentou das acusações de apostasia, mas foi considerado culpado na acusação de evangelizar muçulmanos e sentenciado a três anos de prisão por isso.
    Nadarkhani se apresentou ao tribunal no início da manhã do sábado e, após seis horas de audiência, foi inocentado do crime de apostasia. Pela acusação de evangelizar muçulmanos o pastor foi sentenciado a três anos de prisão e, como já estava na prisão durante esse período, sem ser julgado, o tribunal considerou que sua sentença já havia sido cumprida.
    O pastor iraniano foi preso em 2009 porque não quis que os filhos estudassem o Alcorão. Ele se converteu a Cristo aos 19 anos de idade e três anos depois, já pastor evangélico, fundou uma pequena comunidade cristã na cidade de Rasht, a noroeste de Teerã. Nadarkhani foi preso, acusado de abandonar a fé islâmica e evangelizar muçulmanos, e recebeu a sentença máxima: morte por enforcamento.
    Nadarkhani ficou preso durante três anos, e seu caso teve uma grande repercussão internacional, que certamente influenciou em sua libertação. Um dos países que se mobilizou pela libertação do pastor foi o Brasil, com grande participação do senador Evangélico Magno Malta, que se encontrou em várias ocasiões com o embaixador do Irã, para intervir em favor do pastor.
    Redação Gospel+

    quinta-feira, 23 de agosto de 2012


    Variação do DNA humano se aproxima da linha temporal bíblica

    Nova pesquisa mostra que a variação genética dos humanos começou há cinco mil anos
  • por Leiliane Roberta Lopes

    Variação do DNA humano se aproxima da linha temporal bíblicaVariação do DNA humano se aproxima da linha temporal bíblica
    Um estudo publicado na revista Science pode comprovar a verdade Bíblica do Dilúvio e da diversificação acelerada dos seres humanos depois desse episódio. Isso porque a pesquisa mostra que a variação do genoma humano começou há aproximadamente 5 mil anos atrás.
    Os cientistas já sabiam que cada pessoa é distinta da outra, com exceção dos gêmeos idênticos, mas o que eles quiseram descobrir com essa nova pesquisa era quando essa distinção começou. Para isso foram analisadas as sequenciais do DNA de 15.585 regiões genéticas codificadas de proteínas do genoma humano.
    Esse material genético foi retirado de 1.351 americanos com descendência europeia e 1.088 com descendência africana. Com esses dados em mãos a equipe pode então examinar o percurso da variação genética através do tempo, dando como resultado a seguinte frase: “O limite máximo provável para o crescimento acelerado foi há 5,115 anos atrás”.
    Para quem defende a Terra tem milhões de anos fica a pergunta: Por que com tantos milhões de anos a diversificação genética dos humanos só passou a acontecer nos últimos 5.000 anos?
    Enquanto os defensores da evolução das espécies tentam encontrar uma resposta, a pesquisa aproxima o fato com os relatos sobre a história de Noé que aconteceu há cerca de 4.500 anos, se ajustando ao tempo máximo que os pesquisadores estimam.
    Com informações Darwinismo

    terça-feira, 21 de agosto de 2012


    Série Estudos Doutrinários:
    Estudos preparados para Cultos de Doutrina na Igreja Evangélica Congregacional de Alagoa Grande – PB.




    Tema: A Ética do Culto.
    Texto base: Jo 4.24.


    Introdução: devemos reconhecer o privilégio de podermos cultuar a Deus, e sabermos que ele nos instrui quanto a maneira de O adorar.  E podemos encontrar esta instrução em:

    Hebreus 10:22
     Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,

             Após esta instrução da Palavra de Deus, sabemos que verdadeiramamente já poderemos celebrar a Deus. Pois um dos propósitos mais importante do ser humano, é adorar a Deus.

    Iremos agora refletir sobre três própositos do culto de adoração: (ou seja de quando eu venho a casa do senhor).

    I – Celebrar a Deus. (1 propósito)
    (Mas como eu celebro a Deus?)

    a)      reconhecendo Deus como criador, e  incansável:
    Isaías 40:28
     Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento.


    b)      reconhecendo Deus como único e verdadeiro:
            Salmos 96.5
              Porque todos os deuses dos povos são ídolos (ou coisas vãs), mas o SENHOR fez os céus.


    c)      Reconhecendo Deus como poderoso e reto:

    Salmos 89:8
     Ó SENHOR Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu, SENHOR, com a tua fidelidade ao redor de ti?

    d)      Reconhecendo a Santidade de Deus, e tendo assim vida de santidade:

    I Pedro 1:16
     Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.

    II – Servir.  ( 2 propósito)

    a)      entregar-se ao Senhor, para a sua obra :

    Gálatas 2:20
     Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.

    b)      Buscando em primeiro lugar o Reino de Deus:

    Mateus 6:33
     Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

    c)      Testemunhando:

    I Pedro 1:15
     Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;

    d)      Amando o irmão:
           I Corintios 13:1
       AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como   o metal que soa ou como o sino que tine.

    III – Entrar na presença de Deus: (3 propósito)
    (Como sei que entrei na presença do senhor?)

    a)      Quando dou a devida atenção a  Palavra de Deus.
    Habacuque 3:2
     Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.

    b)      Quando oro sabendo que Deus é poderoso para agir:
    Efésios 3:20
     Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,

    c)      Quando louvamos ao Senhor de coração puro:
    Salmos 28:7
     O SENHOR é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; assim o meu coração salta de prazer, e com o meu canto o louvarei.

    d)      Quando contribuo com meus dizimos e ofertas com alegria:
           II Corintios 9:7
      Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por   necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.


    Conclusão: devemos saber que o nosso culto é diário, e não começa quando entramos na Igreja mais sim quando, acordamos todos os dias, a minha forma de viver, implicará na minha forma de adorar.


    Estudo preparado pelo Pr. José Douglas Machado Marques, em 18/08/2011.

    Fonte de pesquisa:
    Principios biblicos da ética cristã, Editora cristã evangélica.
    Biblia de Estudo pentecostal , CPAD. 

    sexta-feira, 17 de agosto de 2012


    Congregacionalismo Brasileiro 157 anos 


    Louvado seja Nosso Deus!




                  

    Neste mês de agosto os congregacionais estão em festa. Estamos comemorando 157 anos desde a chegada de Robert Kalley e sua esposa Sarah Kalley ao Brasil. São 157 anos de evangelismo pátrio.
    Nosso blog estará prestando algumas homenagens ao nome do missionário, que desbravou de forma inteligente o país. Um país onde o catolicismo romano era absoluto, e não permitia a entrada de outra religião. Nosso homenageado, embora não esteja mais entre nós, deve ser lembrado com honras pelo seu trabalho, que permitiu que a fé evangélica pudesse ser introduzida no país, mesmo com risco da própria vida e da sua esposa.
    Transcrevemos abaixo um trecho do livro: ROBERT REID KALLEY Médico, Missionário e Profeta, do historiador Douglas Nassif Cardoso:
    “O mundo de língua portuguesa deve a Robert Reid Kalley sua inserção no universo protestante. É impossível tentar compreender o protestantismo no Brasil sem passar pelo médico e missionário escocês que influenciou a evangelização, o culto e a hinologia da maior parte das denominações do país. Sua missão foi marcada por três vocações: a de médico, que priorizava o atendimento aos pobres; a de missionário, que atuava na zona de fronteira entre a fé e a incredulidade; e a de profeta, que desafiava o monopólio religioso do catolicismo romano.
    Quando veio para o Brasil, em meados do século XIX, Kalley instalou uma igreja genuinamente nacional, sem modelo prévio. Seu pensamento, produto da reflexão pessoal sobre o texto que considerava como normativo – a Bíblia –, e não segundo manuais ou declarações de fé, expressava liberdade de escolha e criatividade. O sentido indenominacional do ministério de Kalley, tão próximo das igrejas novas de nosso tempo, levou-o à propagação da fé, independente da instituição eclesiástica e de quaisquer matrizes externas.”
    Os evangélicos ultrapassaram a marca de 20% da população brasileira é o que apontam as últimas estatísticas.
    Quando pensamos sobre isso e, lembrando que ao ser colonizado o país foi dominado pela Igreja de Roma, tendo sido declarado que a fé católica romana seria a religião oficial do Brasil, podemos, realmente, nos alegrarmos com a notícia, ainda mais, com a perspectiva de até 2020 alcançarmos a marca de 50% da população.
    Entretanto, não podemos esquecer dos homens que lutaram bravamente em defesa da fé evangélica, do evangelho puro e verdadeiro, de um Cristo que não se encontrava mais cravado na cruz, nem distante. Mas, do Cristo Vivo e presente. Onde duas ou três ou mais pessoas estiverem falando sobre Ele temos a certeza de que Ele estará presente. De um Cristo que é o único e suficiente Salvador, e que não precisamos de outro mediador entre nós e Deus, que não seja o Senhor Jesus.
    Ao fazer memória desses desbravadores citamos o nome do pioneiro entre eles, que foi o escocês Robert Reid Kalley. Abaixo transcrevemos um trecho do livro: JORNADA NO IMPÉRIO - Vida e obra do Dr. Kalley no Brasil de William B. Forsyth:
    "Dr. Robert Kalley era chamado por seus opositores de "Herege leitor da Bíblia", "Lobo em meio às ovelhas" - Lobo da Escócia. Mas, isso não o intimidava, e ele seguia com aquele que deve ser "O grande objetivo de todo cristão": A pregação da verdade do evangelho para a salvação das almas. "O cristão deve viver por isso, e, se preciso, morrer por isso". Assim, através da pregação do Dr. Kalley, o Brasil foi finalmente apresentado à Cruz de Cristo. Dr. Kalley era conhecido por ser humilde e manso de coração, quando seus interesses pessoais eram ameaçados; mas se transformava num verdadeiro leão, quando os interesses do Senhor e seu Reino estavam em jogo."
    Todos nós congregacionais estamos muito felizes, e orando sempre a Deus por uma denominação que glorifique sempre o seu Nome.

    terça-feira, 31 de julho de 2012

    quarta-feira, 25 de julho de 2012

    ANÁLISE DOS DADOS DO CENSO SOBRE RELIGIÃO NO BRASIL

    *REDAÇÃO Genizah

    BEPEC - Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã - libera análise inicial dos microdados do CENSO 2010 sobre religião


    Crescimento evangélico: Diversidade e desaceleração


    Os resultados do censo 2010 apresentam um vigoroso aumento da população evangélica no decênio 00-10: 61,45%. Entretanto, o crescimento não foi homogêneo entre os diversos grupos de evangélicos. Os pentecostais e a zona cinza (outros) apresentaram variação positiva mais robusta, já as principais igrejas protestantes históricas apresentaram retração, apesar de estarem agrupadas em uma linha classificatória do IBGE apresentando discreto crescimento.

    Apesar do crescimento, as previsões anteriores à divulgação do censo eram muito mais otimistas. No final do ano passado a SEPAL - Servindo aos Pastores e Líderes -, entidade de apoio à liderança evangélica, divulgou uma projeção da população evangélica de 57,4 milhões para o ano de 2011 e 109,3 milhões para 2020, um tiro na água. Esta projeção foi bem aceita pela comunidade evangélica e mídia secular, apesar da ressalva de alguns observadores, com destaque para o pastor e blogueiro João Cruzué e Danilo Fernandes, editor do Genizah. Na tabela abaixo, observa-se a série histórica da população evangélica desde 1890, inclusas as variações percentuais e a taxa de crescimento anual composta (CAGR) da população evangélica que apresentou seu ápice no período 91-2000 – período marcado expansão maciça do teleevangelismo, das igrejas neopentecostais, da cultura evangélica e da estabilidade econômica – quando a população de evangélicos praticamente dobrou e a CAGR chega a quase os 8%, dando um salto na média histórica em torno dos 5%. 

    Já no último decênio observa-se clara desaceleração discreta da CAGR da série. Para alguns analistas, uma tendência.

    Católicos e Evangélicos


    Na contra mão dos evangélicos, a população católica segue perdendo terreno desde o início da série histórica de censos a cargo do IBGE, em 1940, quando a participação dos católicos no país era de 95% e entra em queda livre desde o início da década de 80. Neste último decênio, o paraquedas parece ter aberto, mas a tendência ainda é de queda.
    Mantidas as tendências atuais, as populações de católicos e evangélicos devem se encontrar entre os anos de 2032-2034.

    Os grupos evangélicos no CENSO

    O IBGE oferece nos instrumentos de coleta de dados dos censos muitas alternativas de pertencimento religioso para os recenseados, contudo não é possível imaginar que se possa acompanhar a dispersão da religiosidade brasileira, em especial a multiplicação (e a confusão no cenário teológico) denominacional evangélico.


    A classificação dos evangélicos em grupos objetiva facilitar a apresentação dos resultados nas tabelas principais. Os critérios utilizados podem ser motivo de alguma crítica (em especial quanto se considera a pluralidade doutrinária), mas objetivam a análise de séries históricas.

    As tabelas do CENSO, a princípio, destacam as denominações mais relevantes de cada grupo, mas não todas. Ademais, busca-se a consistência a fim de avaliar séries históricas, por consequência, nota-se a omissão do destaque de denominações importantes, agregadas em linhas “outros” e, em especial, percebe-se a ausência de destaque a grupos relevantes no cenário atual, como é o caso do formado pelas denominações neopentecostais, que estão incluídas na linha de “Outras igrejas Evangélicas de origem pentecostal”, mas também aparecem em linhas de duas denominações com série desde a década de 80 (Universal e Nova Vida), no grupo “Outras Evangélicas” e, provavelmente, em outras linhas claramente abrigando declarações dúbias, imprecisas, etc. Somente avaliando os microdados (o menor nível de desagregação dos dados do censo) é possível construir uma apresentação destacando a participação de um numero maior de denominações.

    As igrejas evangélicas históricas em retração


    O BEPEC – Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã irá disponibilizar uma série de análises feitas a partir dos microdados do CENSO 2010. Neste primeiro artigo focamos as igrejas “evangélicas de missão”.

    Este grupo inclui destacadas as igrejas Luteranas, Presbiterianas, Metodistas, Batistas, Congregacionais e Adventistas, onde o plural se justifica pelas subdivisões existentes em todas estas confissões. No mesmo grupo na linha “outras evangélicas de missão”, temos: anglicanas, episcopais, menonitas, exército da salvação e outras.


    De pronto, alguns irão questionar a presença da algumas igrejas de migração no grupo, como é o caso da igreja Luterana e Anglicana (ao menos no Brasil). Questionamento maior recai sobre a inclusão dos Adventistas, por questões doutrinárias. Finalmente, na linha dos “Batistas”, é sabido que li se encontram múltiplas convenções, grande ocorrência de comunidades “independentes” e uma diversidade teológica muito grande. Se fosse dada a opção explicita de declaração de pertencimento a algumas igrejas batistas de porte (a título de exemplo, a Igreja Batista da Lagoinha, hoje em diversas localidades) esta deveria estar, para todos os efeitos, entre os neopentecostais, ou no caso do arranjo oferecido pelo censo, no grupo de “outras igrejas de origem pentecostal”. O mesmo valendo para a maioria das “renovadas”, “avivadas” e congêneres.


    A tabela a seguir mostra claramente que entre as igrejas de missão, mais comumente associadas à ortodoxia e ao protestantismo histórico observamos, de fato, um encolhimento de membros entre os CENSOS de ano de 2000 e 2010. Na verdade, em alguns casos, um encolhimento severo.


    Os grupos que de fato cresceram e “empurraram” o conjunto no seu crescimento de 10,76% são justamente os Adventistas, uma confissão de fé muito distinta dos demais protestantes históricos e o grupo dos batistas apresentando uma diversidade doutrinária muito grande e um percentual presumidamente elevado de classificações de pertencimento muito distantes doutrinariamente dos batistas tradicionais.

    Estes números confirmam as objeções apresentadas pelo BEPEC a diversos artigos da mídia secular que tiveram por base uma análise superficial do estudo publicado pela FGV – o mapa das religiões. Estes artigos apontavam, erroneamente, uma certa estagnação das denominações pentecostais e o maior crescimento das denominações tradicionais. Na ocasião, o BEPEC apresentou inúmeras ressalvas aos números apresentados – baseados na pesquisa amostral da POF - e a defesa da tese de retração nas denominações tradicionais.


    Previsões para as denominações históricas

    Os dados censitários de 2010 confirmam as conclusões apresentadas pelo BEPEC em 2011 e até agravam a expectativa de retração para algumas denominações, como é o caso dos congregacionais, anglicanos, presbiterianos e dos Luteranos que amargaram retração significativa.

    Para Danilo Fernandes, diretor do BEPEC, esta retração pode ser uma tendência em reversão. “Podemos depositar nossa esperança na menor mobilidade confessional deste grupo e no crescente interesse da nova geração de protestantes históricos no aprimoramento do conhecimento teológico, como observados na significativa adesão do grupo às ofertas de eventos (congressos, seminários, etc.) e no interesse em pela produção literária.”

    Fernandes deposita esperança na visível retração de algumas das grandes denominações neopentecostais, movidas por dissensões e escândalos e na popularização da teologia reformada entre os jovens que buscam conhecimento bíblico na internet. “A rota de muitos decepcionados com a igreja, os órfãos das promessas não cumpridas, é a ortodoxia. Esta não é a estrada mais ampla, mas é uma artéria importante, de formadores de opinião. O crescimento deste grupo têm alimentado nos últimos anos as igrejas tradicionais que sofreram sangrias na primeira metade do último decênio. Eu creio em um retorno. Ademais, é visível o grande crescimento de novas comunidades alinhadas com a teologia reformada. Estas novas igrejas não são contabilizadas no CENSO e na pesquisas amostrais na linha das igrejas de missão (entram na conta de 'outras evangélicas', contudo, teologicamente, se juntam às fileiras da tradição ”, opina Fernandes. “Agora, veja bem, estes são educated guesses de um presbiteriano otimista. Os números são os números e estes não são bons.”, admite Fernandes.


    quarta-feira, 18 de julho de 2012


    Conversão de criminosos na prisão é verdadeira? Teólogo comenta

    Notícia de que Suzane Von Richthofen e Anna Carolina Jatobá se tornaram pastoras chocou público
  • por Jussara Teixeira

    Conversão de criminosos na prisão é verdadeira? Teólogo comenta
    O programa Fantástico, veiculado pela TV Globo, mostrou cenas que intrigaram e causaram impacto no público. No pátio da penitenciária de Tremembé, Suzane Von Richthofen e Anna Carolina Jatobá, ambas condenadas por crimes bárbaros e cruéis, andavam e conversavam descontraidamente.
    A narração de Valmir Salaro trouxe a informação mais chocante: Suzane agora é pastora evangélica e prega entre as detentas do local.
    Além de Suzane, outros condenados por crimes hediondos também revelaram que se converteram, entre eles, Anna Carolina Jatobá, o goleiro Bruno Fernandes, o ator Guilherme de Pádua, para citar os mais conhecidos.
    Em comum, eles têm na ficha policial crimes contra membros da própria família, pais, enteadas e namoradas.
    “Não há como determinar se a conversão de uma pessoa é verdadeira ou não, pois isso é de ordem interior e espiritual”, segundo o apologista e doutor em Filosofia das Religiões Alex Belmonte. Segundo ele, o real convertido pode ser conhecido por suas obras e frutos, e que só com o tempo esses fatores podem ser observados.
    Já a notícia de que alguns deles se tornaram pastores, Belmonte diz que não acredita no sucesso de líderes religiosos formados sem a estrutura acadêmica e espiritual necessária.
    Para o estudioso, é necessário não somente um curso teológico ministrado por mestres teólogos experientes, mas também um conteúdo teológico, o exame realizado antes de assumir o ministério e, principalmente, o tempo e experiência na jornada cristã.
    Ele explica que o termo “pastor” hoje em dia se tornou objeto de status, o que leva a distorções no uso do termo. “Isso leva muitas vezes a gerar um pastor que não pastoreia, um bispo que não conhece o episcopado, um apóstolo que não é enviado”.
    Segundo ele, entre as denominações que ainda zelam por ter uma estrutura e boa formação de seus ministros estão a batista, presbiteriana, congregacionais, wesleyana e alguns assembleianos de nova geração.
    Tomada de decisão
    O fato de uma pessoa estar presa muitas vezes à leva a refletir seriamente e tomar decisões quando está no cárcere. “É a hora de tomar decisões e fazer escolhas forçadas pelas consequências violentas das decisões e escolhas erradas do passado.”
    Ele explica que o detento tem muitas possibilidades de escolha, entre elas se converter a Cristo. Mas isso significa que também pode optar em continuar fazendo escolhas erradas.
    Outras “conversões” podem ainda possuir caráter meramente temporário, pois são baseadas na emoção.
    No caso de desvios de caráter ou mesmo problemas de ordem mental, ele diz que o poder do Evangelho pode tirar a pessoa da escravidão do pecado, pois ela se torna livre para ser um canal de bênçãos para a sociedade.
    Mas o discipulado e a assistência pastoral são fundamentais para tratar a pessoa nos campos espiritual e psicológico. “E é justamente isso que Jesus fez: cuidou da saúde mental e espiritual das pessoas”, resume.

    terça-feira, 12 de junho de 2012

    sexta-feira, 8 de junho de 2012

    QUE SE REVELE QUEM “NÃO É”

    Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.
    Malaquias 3:1
    Por Joelson Gomes


    Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.
    Malaquias 3:18
    Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.
    Malaquias 3:18


    "Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve" (Ml. 3.18).


    É fato que em nossas igrejas existem muitas pessoas que entraram “pelas portas dos fundos”. Sim. Pessoas que chegaram à igreja apenas através de um “apêlo”, receberam a famosa “oração repita comigo”, ou que a familia já estava ali e então ela foi crescendo naquele ambiente e pronto. Nunca tiveram uma experiência de conversão; nunca sentiram o peso dos  seus pecados; nunca compreenderam a morte substitutiva de Cristo. Doutrina? Não sabem o que é isso.
    O contingente desse tipo de pessoas nas comunidades evangélicas é muito grande, e aí quando se chega na igreja assim, não demora muito para se revelar o que realmente se é. Os hábitos mundanos revelam-se nas roupas (pessoas que se vestem pior do que os não cristãos), no linguajar (gente que quando abre a boca se parace com tudo, menos servo de Deus), nos gostos (gente que não suporta as coisas de Deus e passa seu tempo com coisas do mundo), e nos divertimentos.
     
    As reuniões de jovens são o retrato disso, não existe ajuntamento para estudo bíblico (salvo em tudo isso raríssimas excessões) ou  para oração, mas quando se junta a mocidade e adolescentes é para cantar músicas egoncêntricas da moda (tipo minha bênção e eu sou abençoado e o sucesso do cantor mais conhecido), paquerar e brincar. No lazer, fazem sucesso os shows gospels, imitação dos shows mundanos (show significa mostra, quem faz show se mostra para a platéia), onde as pessoas vão não por Jesus ou coisa parecida, mas para ver o artista, porque se aquele show for feito por um conjunto desconhecido ninguém vai, só lota a casa se o cantor estiver na moda.  Os cartazes dos eventos promovidos pela juventude (e o cartaz de um evento é para trazer na capa bem grande o que os organizadores acham que vai atrair aquele público), mostram em fotos e desenhos o que está no gosto dos participantes. É sempre assim: fotos muitos grandes de algo estranho como alguém com skate, gente pulando, foto do grupo que vai cantar, desenhos coloridos, etc. Nada que remeta a oração, Biblia, contrição, pregação, Cristo, etc. Quem olhar o cartaz têm todas as ideias do mundo, menos ideias cristãs. Quando têm pregação, que alguns avisam que deve ser “reflexão”, um jeito educado de dizer “não pregue, não estamos aqui para isso”, as fotos dos pregadores vêm num cantinho bem pequenininhas, para não assustar.
    E nessa época do ano (mês de Junho) um sem número de casas com nomes de igrejas, com o aval dos seus “pastores” fazem os famosos “arraía”, imitação barata de festa em louvor a São João do mundo católico romano. Ali, as pessoas se travestem como as quadrilhas vistas nas comemorações romanas, e botam umas bandas que se dizem cristãs (nem tudo que reluz é ouro), acendem fogueira simbolo maior do louvor a João, e tentam tocar forró. Mas, como o capeta cega quem faz o que ele gosta, o que acontece nesses lugares é algo assim: matutos falsos, festa junina falsa (porque eles dizem que não é festa junina), quadrilha falsa (porque ninguém dança com ninguém), forró falso (porque não existe nenhuma banda de crente que toque um forró de verdade). Enfim, um festival de música ruim e bebiba falsiê, uma visão do inferno.
    Não, não existe nessas pessoas cujos gostos descrevi acima a mesma disposição para organizar um evento de pregação da Palavra de Deus (se tem? Cadê esses eventos de pregação lotados que não se vê?); disposição para participar no grupo de evangelização da Igreja (se tem porque os grupos de evangelismo são tão pequenos?); disposição para frequentar o culto de doutrina (se tem, porque os cultos de doutrina nas igrejas que ainda o fazem são tão pouco frequentados?); disposição para ser aluno da Escola Biblica Dominical (se tem porque as Escolas Biblicas das igrejas que ainda fazem têm tão pouca gente?). Não existe nessas mesmas pessoas disposição para gastar o dinheiro que gastam nesses eventos, com a obra missionária (pergunta ai você participante de show gospel, você gasta mais dinheiro nisso ou sustentando um missionário?).


    É nessas e outras que se revela o que se é; cristão ou não. Se se serve a Deus ou ao mundo. Cristão tem hábitos cristãos, prazer nas coisas cristãs. Quando o prazer está na imitação do mundo, isso é um mal sinal. 
    Ah, e antes de ficar com raivinha pergunte que sinal marca você?

    terça-feira, 5 de junho de 2012


    TITO 3.4-5 E A REENCARNAÇÃO

    Uma tradução controvertida que Severino da Silva faz de Tito 3:4-5 em seu Analisando as Traduções Bíblicas, cap. XVII:
    "Paulo, em sua epístola a Tito 3:4-5, interpreta bem esta citação do Cristo: ‘Mas quando apareceu a vontade de Deus, nosso salvador; e seu amor para com os homens, não por obras de justiça que tivéssemos feito, mas segundo sua misericórdia nos salvou pelo lavatório da reencarnação, e pelo renascimento de um espírito santo’.
    Aqui, Paulo deixa bem claro que Deus nos salvou não porque o tivéssemos merecido, mas por Sua misericórdia, servindo-se da reencarnação a qual é um ‘lavatório’ (de água) e um ‘renascimento do espírito’. A palavra grega do texto a que se refere Paulo é παλιγγενεσιας‘Palingenesia’ – isto é, ‘renascimento’‘Novo Nascimento’, REENCARNAÇÃO. [grifos do autor] "
    É um argumento até bem organizado, mas que, visto de perto, revela sérias rachaduras. Em primeiro lugar, se uma das máximas espíritas é “fora da caridade não há salvação”, então como essa passagem afirma que as obras têm pouco valor na misericórdia divina? E, segundo, o mais interessante ainda aparece nos versículos seguintes:
    que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador a fim de que, justificados por graça [misericórdia], nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens.
    Tito 3:6-8
    Ele até diz que devemos ser “solícitos na prática de boas obras”, mas o que salta aos olhos é “somos justificados por graça”. Severino Celestino da Silva forçou a barra da reencarnação em um texto salvacionista! Analisou uma palavra e desviou a atenção do leitor para o contexto!!! Ah! É bom que se diga que a palavra “lavatório” não existe no original grego. Lá se lê loutron: “lavagem, banho” (λουτρον declinada para λουτρου, em gen-abl), mas não loutrôn (λουτρων, cujo gen-abl seria λουτρωνος).

    E quanto ao sentido de Palingenesia? De fato, ela pode significar reencarnação, como é atestado no diálogo Menão (palin gignesthai), do filósofo Platão, mas como eram os demais usos dado a esta palavra? Quem define o significado de uma palavra é quem a usa, não os dicionários, que apenas registram seus diversos usos. O panorama, seja do texto ou social, é o que nos dá noção do real significado, do contrário temos uma inversão de raciocínio: em vez de analisar o texto para determinar se a realidade dos primeiros leitores possibilitava a presença da reencarnação em seu credo e a partir daí traduzir conforme seus conceitos, arbitra-se a existência dela no credo e a tradução é feita conforme tal prejulgamento.
    Portanto, passemos à análise dos diversos valores que “palingenesia” pode assumir. Ela só aparece mais uma vez na Bíblia em Mt 19:28:
    ὁ δὲ Ἰησοῦς εἶπεν αὐτοῖς, Ἀμὴν λέγω ὑμῖν ὅτι ὑμεῖς οἱ ἀκολουθήσαντές μοι, ἐν τῇπαλιγγενεσίᾳ, ὅταν καθίσῃ ὁ υἱὸς τοῦ ἀνθρώπου ἐπὶ θρόνου δόξης αὐτοῦ, καθήσεσθε καὶ ὑμεῖς ἐπὶ δώδεκα θρόνους κρίνοντες τὰς δώδεκα φυλὰς τοῦ Ἰσραήλ.
    Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, no tempo da regeneração, o Filho do Homem e assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
    O versículo se relaciona diretamente com o sentido escatológico do fim dos tempos. Este sentido escatológico aparece também na literatura pagã, em especial entre os filósofos estoicos. Fazia parte da doutrina dessa corrente, entre outras coisas, a crença em diversos ciclos nos quais o universo seria renovado. Assim escreveu o imperador romano Marco Aurélio em suas Meditações, livro XI, 1
    ἔτι δὲ περιέρχεται τὸν ὅλον κόσμον καὶ τὸ περὶ αὐτὸν κενὸν καὶ τὸ σχῆμα αὐτοῦ καὶ εἰς τὴν ἀπειρίαν τοῦ αἰῶνος ἐκτείνεται καὶ τὴν περιοδικὴν παλιγγενεσίαν τῶν ὅλων ἐμπεριλαμβάνει καὶ περινοεῖ καὶ θεωρεῖ ὅτι οὐδὲν νεώτερον ὄψονται οἱ μεθ ἡμᾶς οὐδὲ περιττότερον εἶδον οἱ πρὸ ἡμῶν, ἀλλὰ τρόπον τινὰ ὁ τεσσαρακοντούτης, ἐὰν νοῦν ὁποσονοῦν ἔχῃ, πάντα τὰ γεγονότα καὶ τὰ ἐσόμενα ἑώρακε κατὰ τὸ ὁμοειδές.
    E além disso, ela [a alma racional] percorre todo o universo e o vácuo circundante, e analisa sua forma, e se estende para o infinito de tempo, e abarca e compreende a periódica renovação do universo, e entende que os que virão após nós não verão nada novo, nem os que vieram antes viram algo mais, mas de certo modo, o quarentão, ainda que não tenha discernimento, viu tudo o que foi e o que será, em virtude da similaridade das coisas.
    Sentido escatológico similar é o que deve ser entendido em (Mt. 19:28). Em outras partes não bíblicas da literatura judaico-cristã é possível “palingenesia” significando “regeneração”, “restauração”:
    Agora que Zorobadel obtivera estas concessões do rei, ele saiu do palácio e, olhando para o céu, começou a render graças a Deus pela sabedoria que lhe dera e a vitória que tivera com isso, mesmo na presença do próprio Dario; visto que, disse ele,”Eu não tinha me julgado merecedor destas vantagens, ó Senhor, a menos que tivesses sido favorável a mim“. Então, quando já agradecera a Deus pelas presentes circunstâncias em que se achava e orara para que ele lhe proporcionasse como um favor o tempo vindouro, voltou para Babilônia e trouxe as boas novas sobre as concessões que conseguira do rei a seus compatriotas; que, assim que ouviram o mesmo, também deram graças a Deus que mais uma vez restaurou a eles a terra de seus antepassados. Então puseram-se a beber e comer, e por sete dias continuaram festejando, e mantiveram uma celebração pela reconstrução e restauração de seu país.[καὶ παλιγγενεσίαν τῆς πατρίδος ἑορτάζοντες]Extraído de Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas X, cap. III, parágrafo 9. Uma passagem que relata o fim do cativeiro de Babilônia e retorno dos judeus a sua terra, após a tomada deste reino pelos persas de Dario. Fontes grego-latinas disponíveis em Antiquitates Judaicae
    E um exemplo do cristianismo primitivo:
    Portanto, vamos render graças a Sua excelsa e gloriosa vontade; e implorando Sua misericórdia e bondade amorosa, enquanto deixamos todas as tarefas infrutíferas, e disputa, e inveja que leva a morte, vamos nos voltar a Sua compaixão e se valer dela. Vamos contemplar continuamente os que ministraram perfeitamente para Sua excelsa glória. Tomemos (por exemplo) Enoque, que, sendo reconhecido virtuoso em obediência, foi arrebatado e nunca foi sua morte registrada. Noé, sendo reconhecido fiel, pregou a regeneração (παλιγγενεσίαν) do mundo através de seu ministério; e o Senhor salvou através dele os animais que, harmoniosamente, entraram na arca.
    I Carta de Clemente de Roma aos Coríntios, cap. IX
    Não só o universo, o mundo ou nações podem sofrer um processo de “palingenesia”. Pessoas também podem sofrê-lo e ainda em vida. Diz-nos isso o político e orador romano Cícero, em sua coletânea de cartas a seu amigo Ático, mais especificamente na carta 6 do livro VI:
    Amicorum litterae me ad triumphum vocant, rem a nobis, ut ego arbitror, propter hancpalingenesian nostram non neglegendam. Qua re tu quoque, mi Attice, incipe id cupere quo nos minus inepti videamur.
    As cartas de meus amigos me convidam ao triunfo, uma coisa, em minha opinião, que não devo negligenciar em vista de minha restauração, Por isso, meu [caro] Ático, que tu também comeces a desejá-lo para que eu pareça menos tolo.
    Na tradução foram desfeitos os plurais de modéstia comuns na pena de Cícero. As circunstâncias da carta representam o fim do proconsulado de Cícero na província da Cilícia, ao sul da atual Turquia. Fora a contragosto devido a um sistema de sorteio entre os magistrados e governou de 51 a 50 a.C., tendo se preparado para possível invasão dos partas (que acabou ocorrendo na Síria, mas foram repelidos) e feito pequena campanha contra tribos ainda hostis [Ferrero]. Aparenta ter feito bom governo, ainda mais quando comparado com a rapinagem praticada pelos demais governadores romanos. Foi-lhe decretado um triunfo por suas vitórias na ocasião de seu retorno à Itália. Cícero considerou seu retorno triunfal uma nova fase de sua vida, adotando a palavra “palingenesia” para defini-la e traduzida por certo erudito inglês como “nova etapa da vida”. Essa “palingenesia” para encarnados é a que melhor define a ideia contida em Tito 3:5, especialmente pela mudança de comportamento apresentada nos versículos que antecedem:
    Lembra-lhes que devem ser submissos aos magistrados e às autoridades, que devem ser obedientes e estar sempre prontos para qualquer trabalho honesto, que não devem difamar a ninguém, nem andar brigando, mas sejam cavalheiros e delicados para com todos. Porque também nós antigamente éramos insensatos, desobedientes, extraviados, escravos de toda sorte de paixões e de prazeres, vivendo em malícias e inveja, odiosos e odiando uns aos outros.
    Confrontando 3:1-3 com 3:6-8, fica claro que, para o autor de Tito, a mudança foi operada externamente por meio da graça. Se a plateia é composta de um grupo de prosélitos (o mais comum num cristianismo nascente), pouco sentido faz falar em reencarnação, pois experimentaram a mudança em vida. Aqui, o sentido de “palingenesia” está mais para o de Cícero que o de Platão, e mais conforme com a pregação paulina.

    Talvez haja um fenômeno que já ocorreu antes, na transição do judaísmo para o cristianismo: a releitura. Passagens de um tipo de exegese estão sendo remodeladas para outra. Quando os tradutores da LXX usaram a palavra “parthenos” em Is 7:14 : “a jovem conceberá um filho”, eles usaram uma palavra que podia abarcar pelo menos três sentidos: “virgem”, “menina” e “mulher jovem”. Com observou Geza Vermes, o judaísmo do Segundo Templo possuía uma grande fluidez em seu conceito de “virgindade”: inexperiência sexual, ser ainda impúbere, ter concebido e dado filhos sem menstruação anterior, e o estado de pós-menopausa de da esposa de Abraão, como uma mulher que se tornara virgem pela segunda vez (segundo Filo de Alexandria). O que o cristianismo fez foi adotar seu sentido estrito e desprezar todas as demais possibilidades. Coisa que os espíritas estão fazendo novamente com “palingenesia”.

    ___________________
    Para saber mais:
    1-  Ferrero, Guglielmo; Grandeza e Decadência de Roma, vol. II, Globo, 1ª ed., 1963, caps. IX – XI, p. 147-187.

    2- Liddell, Henry George & Scott, Robert; A Greek-English Lexicon,παλιγγενεσία, versão eletrônica dePerseus Digital Library.

    3- Vermes, Geza; As Várias Faces de Jesus, Record,1ª ed., 2006, cap. VI, p. 252-254